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  • Foto do escritorLaura Vassalli

Vamos falar sobre transfusão de sangue

Atualizado: 20 de mai. de 2021

A primeira transfusão de sangue de que se tem uma boa documentação ocorreu há muito tempo, mais especificamente no ano de 1667, com a transfusão de sangue de ovelha em um menino de 15 anos, feita pelo médico francês Jean-Baptiste Denis, que era o médico pessoal do rei Luís XIV. Embora o rapaz tenha sobrevivido, isso provavelmente apenas ocorreu pelo volume pequeno de sangue transfundido ter possibilitado a sobrevivência à reação que deve ter se seguido.


Os glóbulos vermelhos ou hemácias, os elementos que fazem o transporte de oxigênio através do sangue para todos os órgãos do corpo, foram descritos pela primeira vez em 1658. Cerca de 250 anos mais tarde os primeiros quatro tipos sanguíneos (A, B, AB e O) foram identificados, e em seguida, houve a descoberta do fator Rhesus (Rh), que classificou os grupos sanguíneos em Rh-positivo e Rh-negativo.


Apesar da política de armazenagem de sangue ter se iniciado durante a Primeira Guerra Mundial, os serviços que faziam coletas em grande escala, como a Cruz Vermelha, só foram criados na década de 1930.


Na maioria dos casos em que uma pessoa recebe o que se convenciona chamar de transfusão de sangue, ela na verdade está recebendo um hemocomponente, ou seja, um dos elementos que compõem o sangue, por exemplo, os concentrados de hemácias, concentrados de plaquetas, plasma fresco congelado e os crioprecipitados. Os diferentes componentes do sangue podem ser utilizados e cada um desempenha um papel importante para salvar as vidas de várias pessoas. Quando fazemos uma doação de sangue total, por exemplo, cada um dos componentes é separado, e serve a formar bolsas de diferentes hemocomponentes, que podem vir a ajudar, e mesmo salvar a vida, de diferentes pessoas com problemas clínicos variados.


Existem vários motivos que podem levar uma pessoa a precisar de uma transfusão de hemocomponentes. O que mais ouvimos falar é a perda de sangue total, por conta de um trauma ou de uma cirurgia de grande porte, quando o volume de sangue no corpo fica reduzido a um nível de difícil reposição pelo próprio organismo. Outras situações podem ocorrer em que uma pessoa pode necessitar de um concentrado de plaquetas, por exemplo, ou casos em que algum componente do sangue não funciona adequadamente e a pessoa precisa receber este componente, como na Hemofilia, em que ocorre uma deficiência de um dos fatores responsáveis pelo processo de coagulação do sangue.


O sangue utilizado para a transfusão deve provir de pessoas saudáveis, haja vista que patologias como a Malária e a Doença de Chagas podem ser transmitidas de pessoa a pessoa via transfusão de sangue. Outras infecções podem ser igualmente perigosas à vida e também podem ser transmitidas por transfusão de sangue, dentre elas está o HIV/AIDS.


Como já frisamos, o sangue não só é um tecido vivo como também é um tecido renovável. Pessoas saudáveis têm mecanismos para produzir mais sangue, após a doação. Ao doar sangue, o dom da vida pode ser compartilhado facilmente e sem medo, pois as doações regulares não enfraquecerem o doador, seja ocasionando impotência, debilidades ou acelerando o processo de envelhecimento.


Dependendo das condições clínicas, a maioria dos pacientes necessita somente de 01 (Um) Componente ou 01 (Um) Derivado, isso quer dizer que mais de um paciente (pode chegar a quatro pacientes) pode se beneficiar de uma única unidade de sangue total, ou seja, um doador pode salvar até 4 (Quatro) vidas.



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