Com a pandemia de COVID19, a população foi orientada a não sair de casa. Contudo, isso está desabastecendo os bancos de sangue, de forma que este se tornou um momento crucial para que, quem puder, realize sua doação.
No Brasil existe uma legislação específica e rigorosa que todos os bancos de sangue/hemocentros devem seguir, e é uma maneira de tornar o procedimento mais uniforme e a doação segura, tanto para o doador quanto para o receptor.
A doação de sangue deve ser voluntária, anônima, altruísta e o doador não pode receber nenhum tipo de benefício ou remuneração pelo seu ato.
A legislação estabeleceu claramente algumas medidas para a proteção do doador de sangue:
- A Idade mínima é 16 anos completos até no máximo 69 anos 11 meses e 29 dias.
Menores de 18 anos necessitam de termo de consentimento do seu responsável legal para doar sangue.
- Restringir o número de doações para proteger o doador contra o desenvolvimento de deficiência de ferro ou anemia. Homens podem fazer no máximo 4 doações em 12 meses e mulheres 3 doações. O intervalo mínimo para doações é dois meses para homens e 3 meses para mulheres.
- Avaliar condições médicas, particularmente para evitar reações negativas da doação (que acaba sendo uma retirada abrupta de sangue): doenças preexistentes, convulsões, gestação
- Medidas que ajudam a determinar o doador como saudável. São eles o peso (mínimo 50 Kg, mas pode variar conforme o banco de sangue). E sinais vitais: frequência cardíaca, pressão arterial, temperatura, hematócrito (excluir a possibilidade de anemia).
Já as medidas de proteção ao receptor (quem recebe o sangue que foi doado):
- São realizados testes laboratoriais para: HIV, hepatite B, hepatite C, HTLV, chagas e sífilis. Os testes muito sensíveis, mas uma quantidade praticamente desprezível de vezes pode não ser preciso.
- É realizada a entrevista clínica ou a triagem do doador. Nela são obtidos dados como viagens recentes, procedimentos diagnósticos como endoscopia e colonoscopia, comportamento sexual, número de parceiros sexuais, tatuagens, piercings, acupuntura, uso de drogas, álcool, medicações, infecções recentes, vacinação e até risco de “doença da vaca louca”! O doador precisa assinar um termo dizendo que as informações que forneceu são verdadeiras. Mas fique tranquilo, são dados sigilos. Com isso o responsável pela triagem do doador consegue com bastante precisão descartar a maioria das doenças que não são testadas laboratorialmente e também saber quem poderia estar em janela imunológica.
A maioria das pessoas não tem qualquer reação à doação de sangue. Algumas, no entanto, podem ter desconforto no local de introdução da agulha, como hematomas e dor, que costumam se resolver logo. E até 2-5% dos doadores podem apresentar desmaio ou hipotensão postural. Tomar uma garrafa de água de 500 ml costuma diminuir muito esse risco! Vamos doar sangue?
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